segunda-feira, 1 de abril de 2013

Atividade de Português


Texto I

É falando que os mentirosos se entregam

Esqueça a ideia de que é fácil pegar um mentiroso pela leitura corporal. Desviar os olhos, corar, coçar a cabeça, suar frio, nada disso é necessariamente sinal de que uma pessoa não esteja dizendo a verdade, como revelam os mais recentes estudos sobre o assunto. Artigo publicado na edição deste mês da revista “Mente & Cérebro”, que chega às bancas no próximo dia 30, mostra, no entanto, que é falando que o mentiroso se entrega. Pode não ser aquela bandeira do nariz do Pinóquio – o mais famoso mentiroso da ficção –, mas já é alguma coisa.

Sinais acústicos são mais eficazes que informações visuais. As pessoas costumam diferenciar de forma mais nítida as mentiras quando ouvem a declaração duvidosa com atenção, em vez de observar o outro”, sustenta o artigo, assinado pelo psicólogo social Marc-Andre Reinhard, pesquisador da Universidade de Mannheim, na Alemanha.

Um grupo de pesquisadores coordenado pela psicóloga Bella M. de Paulo, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, nos EUA, comprovou que os sinais corporais tradicionalmente associados à mentira raramente são verdadeiros. Uma revisão de mais de 200 estudos sobre o tema, feito por Bella e Charles F. Bond, da Universidade Cristã do Texas, comprovou que o índice de acertos (sobre se uma pessoa está ou não mentindo) por meio da análise dos sinais corporais é similar ao de um mero chute, cerca de 50%.

Na verdade, para a maioria das pessoas é realmente muito difícil discernir se uma declaração é verdadeira ou falsa”, constata Reinhard.

Mas nem tudo está perdido. Cientistas comprovaram que existem, sim, formas de desmascarar um mentiroso com alguma margem de segurança. Tomando por base os estudos levantados por Bond e Bella, pesquisadores da mesma equipe chegaram à conclusão de que sinais acústicos são mais eficazes que os visuais para detectar uma mentira. Ou seja, em vez de observar o falante, é mais eficaz ouvi-lo.

A chamada técnica do interrogatório, na qual a pessoa é instada a repetir a mesma história várias vezes, é um exemplo clássico, não por acaso empregada por policiais em busca da verdade. Se a história é inventada, a chance de cair em contradição é muito grande.

Os estudos de Bella e Bond revelaram ainda que, ao ser pego de surpresa num questionamento, o mentiroso se entrega mais facilmente, porque não teve tempo de elaborar uma explicação crível para a mentira. Cobrar explicações imediatas pode ser uma boa forma de detectar um mentiroso, ensina Reinhard.

Se a pessoa parece nervosa e fala em tom mais alto do que o de costume, as chances de ela estar mentindo são ainda maiores.

Especialistas afirmam que os mentirosos contumazes são, em geral, pouco plausíveis e lógicos”, escreve o especialista. “Além disso, raramente admitem que tenham de corrigir sua descrição ou que não consigam se lembrar de algo. Para ‘encobrir os brancos da memória’, eles simplesmente inventam informações.”

O GLOBO, domingo, 25 de outubro de 2009. (Adaptado)

1.) Esqueça a ideia de que é fácil pegar um mentiroso pela leitura corporal. Desviar os olhos, corar, coçar a cabeça, suar frio, nada disso é necessariamente sinal de que uma pessoa não esteja dizendo a verdade, como revelam os mais recentes estudos sobre o assunto. (l.1-3)

Na linha argumentativa do texto, o segundo período, destacado nesse trecho, caracteriza-se semanticamente, em relação ao primeiro, como uma

(A) contradição.

(B) condição.

(C) justificativa.

(D) finalidade.



2.) Considere as afirmativas abaixo em relação às ideias do texto.

I. Identificar a mentira pela observação do comportamento auditivo é mais eficaz do que pela expressão corporal.

II. O mentiroso convicto não se contradiz num interrogatório.

III. Cientificamente, está comprovada a possibilidade de desmascarar um mentiroso.

Está correto apenas o que se afirma em

(A) I.

(B) II.

(C) I e III.

(D) II e III.



3.) Em Pode não ser aquela bandeira do nariz do Pinóquio – o mais famoso mentiroso da ficção–, mas já é alguma coisa. (l.5-6), os travessões foram empregados para

(A) destacar a explicação.

(B) intercalar o chamamento.

(C) ressaltar a importância do autor.

(D) isolar a circunstância de tempo.



4.) Além disso, raramente admitem que tenham de corrigir sua descrição ou que não consigam se lembrar de algo. (...).” (l.33-34)

A expressão sublinhada introduz uma ideia que, em relação à anterior, se configura como

(A) restrição.

(B) acréscimo.

(C) comparação.

(D) exclusão.



5.) Assinale a opção em que o substantivo derivado do verbo NÃO está grafado corretamente.

(A) diferenciar (l.7): diferenciação

(B) observar (l. 8): observação

(C) admitir (l. 33): admição

(D) corrigir (l.33): correção



6.) Nos processos de coesão textual, há vocábulos que substituem palavras, expressões ou ideias anteriormente expostas.

Um exemplo em que o vocábulo sublinhado retoma o termo em negrito é:

(A) As pessoas costumam diferenciar de forma mais nítida as mentiras quando ouvem a declaração duvidosa com atenção, (l. 7-8)

(B) Na verdade, para a maioria das pessoas é realmente muito difícil discernir se uma declaração é verdadeira ou falsa”, (l. 17-18)

(C) Os estudos de Bella e Bond revelaram ainda que, ao ser pego de surpresa num questionamento, o mentiroso se entrega mais facilmente, (l.26-27)

(D) Se a pessoa parece nervosa e fala em tom mais alto do que o de costume, as chances de ela estar mentindo são ainda maiores. (l.30-31)



Texto II



 
7.) Considerando o fato de Cascão ser um personagem que não gosta de tomar banho, é correto afirmar que ele

(A) se mostra muito alegre por ter a possibilidade, com a ajuda de Pinóquio, de mergulhar no rio.

(B) pede a Pinóquio que conte mais uma mentira para que o seu nariz cresça e ele alcance o outro lado do rio, sem se molhar.

(C) demonstra, no segundo quadrinho, tranquilidade e certeza de alcançar o outro lado do rio.

(D) pede a Pinóquio que conte uma mentira para fazer do seu longo nariz um trampolim para nadar nas águas límpidas do rio.



8.) Entre as expressões populares, qual delas NÃO corresponde à situação vivida por Cascão no segundo quadrinho?

(A) Estar com o coração na mão.

(B) Estar num beco sem saída.

(C) Botar as mangas de fora.

(D) Estar num mato sem cachorro.



Texto III



O meu guri

(Chico Buarque)

Quando seu moço nasceu meu rebento

Não era o momento dele rebentar

já foi nascendo com cara de fome

E eu não tinha nem nome pra lhe dar

Como fui levando, não sei lhe explicar

Fui assim levando ele a me levar

E na sua meninice ele um dia me disse

Que chegava lá

Olha aí

Olha aí

Olha aí, aí o meu guri, olha aí

Olha aí, é o meu guri

E ele chega

Chega suado e veloz do batente

E traz sempre um presente pra me encabular

Tanta corrente de ouro, seu moço

Que haja pescoço pra enfiar

Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro

Chave, caderneta, terço e patuá

Um lenço e uma penca de documentos

Pra finalmente eu me identificar, olha aí

Olha aí, ai o meu guri, olha aí

Olha aí, é o meu guri

E ele chega

(...)

Chega estampado, manchete, retrato

Com venda nos olhos, legenda e as iniciais

Eu não entendo essa gente, seu moço

Fazendo alvoroço de mais

O guri no mato, acho que tá rindo

Acho que tá lindo de papo pro ar

Desde o começo eu não disse seu moço

Ele disse que chegava lá

Olha aí, olha aí

Olha aí, aí o meu guri, olha aí

Olha aí, é o meu guri



9.) A expressão "Que chegava lá", retirada da linha 8, mostra que o menino tinha:

(A) otimismo

(B) desconfiança

(C) pessimismo

(D) incredulidade

(E) medo



10.) Qual a única palavra que não seria sinônimo da expressão "fazendo alvoroço" (linha 28)

(A) confusão

(B) silêncio

(C) balbúrdia

(D) agitação

(E) tumulto



11.) Por que nas manchetes o guri vinha somente com "legenda e as iniciais"? (linha 26)

(A) porque o espaço do jornal é pequeno e não cabe o nome todo.

(B) porque ele é menor de idade e não pode ser identificado.

(C) porque os jornalistas não sabiam o nome do guri.

(D) porque a mãe não permitiu que colocassem o seu nome completo.

(E) porque pobre não sai no jornal.





TEXTO IV

PELES DE SAPOS

Ruth de Gouvêa Duarte



Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.

O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia.

Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os besouros e os grilos , proliferaram de maneira assustadora.

Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.

Em maio de 1972, na cidade de Iati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão, varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias, encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!

O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.



12.) O título do texto, Peles de sapos, representa:

(A) o motivo da invasão dos insetos nas cidades;

(B) o objetivo econômico dos exportadores;

(C) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas;

(D) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro;

(E) a causa da extinção definitiva dos sapos.



13.) Uma informação conta com uma série de elementos básicos: o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:

(A) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro;

(B) quando ocorreu: em 1970 e 1971;

(C) para que ocorreu: exportação de peles;

(D) como ocorreu: armadilhas especiais;

(E) consequência da caçada: redução da população de sapos.



14.) Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:

(A) “...para que suas peles fossem exportadas...” - compradas;

(B) “...uma enorme procura por sapos...” - imensa;

(C) “...levou a uma drástica diminuição da população...” - progresso;

(D) “Quando adulto, chega a comer...” - filhote;

(E) “...seus inimigos naturais,...” - adversários.



15.) “O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros.” ; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:

(A) também come outros insetos;

(B) só come mariposas, grilos e besouros;

(C) prefere mariposas a grilos e besouros;

(D) não come mariposas, grilos e besouros;

(E) só come insetos nordestinos.



16.) Abaixo estão colocados 5 fatos relacionados ao conteúdo do texto; indique o item em que esses fatos foram colocados em ordem cronológica, ou seja, na ordem em que aconteceram, segundo o texto:

I - houve proibição da caça aos sapos;

II - houve diminuição da população dos sapos;

III - houve exagerado aumento na população de insetos;

IV - houve uma intensa caça aos sapos;

V - ocorreram problemas em Pernambuco.

(A) I . II . III . IV . V;

(B) V . IV . III . II . I;

(C) I . II . III . V . IV;

(D) II . IV . V . III . I;

(E) IV . II . III . V . I.



17.) A mensagem que se pode entender do texto é:

(A) a matança indiscriminada de animais pode causar desequilíbrios ecológicos;

(B) a economia do país está acima do bem-estar da população;

(C) a união da população não resolve muitos de nossos problemas;

(D) os insetos são inimigos dos homens;

(E) o governo não cuida da proteção aos animais.



Texto V



LÓGICA DA VINGANÇA

A. Buoro / F. Schilling / H. Singer / M. Soares

No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência, que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.

Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimensões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta.

Em um dos volumes da coleção História da vida privada, Michel Rouché afirma, em seu artigo sobre a criminalidade na Alta Idade Média (por volta do século VI), que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora. Segundo esse autor, naquela época, “cada qual via a justiça em sua própria vontade”, e o ato de matar não era reprovado - era até visto como sinal de virilidade: a agressividade era uma característica cultivada pelos homens, fazia parte de sua educação.

O autor afirma, ainda, que torturas e assassinatos, bastante comuns naqueles tempos, ocorriam em grande parte por vingança: “Cometido um assassinato, a linhagem da vítima tinha o imperioso dever religioso de vingar essa morte, fosse no culpado, fosse num membro da parentela.” Realizada a vingança e assassinado o culpado da primeira morte, a mesma lógica passava a valer para parentes deste, que deveriam vingá-lo, criando assim uma interminável cadeia de vinganças, que podia estender-se por várias gerações.



18.) Deduz-se do texto que:

(A) a violência está presente em todas as épocas;

(B) a vingança era legal antigamente;

(C) antigamente a vida era menos segura;

(D) devemos fazer justiça com as próprias mãos;

(E) antigamente não havia leis contra a violência.



19.) O uso de aspas, em alguns segmentos do texto, indica que:

(A) devem ser lidos com mais atenção;

(B) são reproduções do texto de outro autor;

(C) foram traduzidos de outra língua;

(D) correspondem a textos antigos;

(E) mostram o mais importante do conteúdo.



20.) Quando no texto se usa a forma da primeira pessoa do plural, em “No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência...”, isto se refere a:

(A) todos os cidadãos do Rio de Janeiro;

(B) cidadãos que foram vítimas da violência;

(C) vítimas do trânsito;

(D) ele mesmo e aos leitores, em geral;

(E) cidadãos de hoje e de antigamente.



21.) O autor citado no texto diz que os assassinatos eram bem mais comuns na época antiga do que agora, mas isto só pode ser afirmado:

(A) porque naquela época não havia estatísticas de registro de crimes;

(B) levando-se em consideração a proporção populacional das duas épocas;

(C) porque hoje não é mais aceita a lógica da vingança;

(D) se acreditarmos no que nos dizem os mais velhos;

(E) considerando-se que a população antiga era mais violenta que a atual.



22.) “...que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora.” ; nesse segmento do texto, o vocábulo que não indica tempo é:

(A) período;

(B) então;

(C) dias atuais;

(D) antes;

(E) proporcionalmente.



23.) “...o ato de matar não era reprovado...” equivale a:

(A) o ato de matar não tinha aprovação;

(B) merecia reprovação o ato de matar;

(C) o ato de matar não era aprovado;

(D) sofria reprovação o ato de matar;

(E) não havia reprovação para o ato de matar.



Texto VI

COLÔNIA DE PESCADORES Z-10 MANTÉM AS TRADIÇÕES

COMUNIDADE, NA ILHA DO GOVERNADOR, CONTA COM 1,6 MIL PESCADORES ARTESANAIS,

QUE ENFRENTAM DIFICULDADES PARA TRABALHAR


Em meio ao polo industrial e tecnológico que cresce no entorno da Baía de Guanabara, uma comunidade fundada há quase 92 anos tenta manter suas raízes. A Colônia de Pescadores Z-10, cujo acesso é feito por uma ponte que a liga ao bairro da Ribeira, ainda preserva ares de cidadezinha do interior. No local, jovens herdam o ofício de seus pais, que, por sua vez, o herdaram de seus avós, e vivem da pesca artesanal, uma atividade que enfrenta, a cada ano, mais dificuldades, seja pela competição desigual com a praticada em larga escala, pela poluição ou pelo aumento das áreas nas quais a atividade é proibida, por conta de ações petrolíferas. Atualmente, a renda mensal de um pescador varia entre R$ 500 e mil reais, e uma forma encontrada por alguns para complementá-la é divulgar a colônia e seu potencial turístico.

Aníbal Ferreira, presidente da colônia, diz que, para quem vive ali, trabalhar está ficando cada vez mais difícil:

- A vida do pescador artesanal é marcada por muito sacrifício. A maioria tem barcos pequenos e precisa ir para longe, já que, por aqui, praticamente não há mais áreas boas para pegar peixes. Mas nossa luta não para; prova disso é que temos, hoje, 1.600 trabalhadores cadastrados.

A venda da maior parte do pescado acontece na própria colônia, numa banca que fica logo na entrada. Com frutos do mar frescos e preços abaixo dos cobrados no mercado, consumidores de todos os cantos da cidade aparecem por lá.

Américo Gonçalves de Araújo, um dos pescadores da Z-10, vive desde criança na colônia. Ele aprendeu a pescar com o pai e, triste, conta que, algumas vezes, é mais vantajoso levar o peixe para casa do que vendê-lo.

- Algumas espécies não dão muito retorno, então nós mesmo comemos. O camarão é bem lucrativo, mas praticamente desapareceu da região - conta Américo.

Ele é irmão de Arilson Gonçalves de Araújo, conhecido como Camarão, dono de um dos pontos mais frequentados da colônia: o Bar do Camarão, na Rua Antônio Salles.

- Recebemos estrangeiros e até celebridades no almoço. Jogadores de futebol como Júlio César, do Grêmio, e Diego Souza, do Vasco, vêm sempre aqui - diz, orgulhoso. (...)

Outro atrativo da colônia é o manguezal do Rio Jequiá, que vem se reerguendo gradativamente desde um vazamento de óleo ocorrido em 1974. Os méritos por essa recuperação são de José Luiz de Castro Ferreira, conhecido na colônia como Zé Luiz do Jequiá.

Ele dedicou boa parte da sua vida ao manguezal e perdeu a conta de quantas mudas já plantou no local  há uns dois anos, calculava mais de 700 mil.

Sem qualquer formação na área ambiental, Zé Luiz aprendeu tudo que sabe por conta própria, e já foi alvo de uma ação judicial por promover o replantio.

- Fui processado por produzir mudas sem ter formação de engenheiro ambiental. Tive de brigar com muita gente, sofri muita pressão para não levar essa luta adiante - conta.

Nos anos 70, com base em livros do Instituto de Pesquisas da Marinha, Zé Luiz elaborou um relatório e conseguiu impedir que o manguezal fosse aterrado. Na década seguinte, criou a Associação Amigos do Manguezal do Jequiá, da qual é presidente até hoje. Em 1990, participou do movimento que impediu a prefeitura de construir uma estrada que passaria pelo local. Em 1993, conseguiu fazer com que um decreto transformasse o manguezal em área de proteção ambiental.

- Enquanto estiver vivo, vou lutar pela preservação desse local - afirma.

(Disponível em: http://oglobo.globo.com/zona-norte/colonia-de-pescadores-10-mantem-as-tradicoes-3928514, publicado em 12/02/12. Acesso em 13/02/2012)





24.) “Em meio ao polo industrial e tecnológico que cresce no entorno da Baía de Guanabara, uma comunidade fundada há quase 92 anos tenta manter suas raízes.”

O trecho destacado aponta a convivência entre:

(A) progresso e tradição

(B) avanço e atraso

(C) dedicação e abandono

(D) artificialismo e autenticidade

(E) trabalho e paralisia



25.) A alternativa que não apresenta dificuldade enfrentada pelos que vivem da pesca artesanal é:

(A) a competição desigual com a pesca praticada em larga escala

(B) a poluição

(C) o aumento das áreas nas quais a atividade é proibida

(D) as ações petrolíferas

(E) o turismo



26.) “O camarão é bem lucrativo, mas praticamente desapareceu da região”

No fragmento em destaque, “mas” pode ser substituído, mantendo seu sentido original, por:

(A) logo

(B) por isso

(C) porém

(D) ou

(E) pois



27.) “Ele é irmão de Arilson Gonçalves de Araújo, conhecido como Camarão...”

Camarão” é grafado com maiúscula para:

(A) sugerir ironia

(B) indicar nome próprio

(C) dar ênfase

(D) denominar crustáceo raro

(E) diferenciar do bar de Arilson



28.) O vocábulo “camarão” flexiona-se no plural da mesma forma que:

(A) cidadão

(B) órgão

(C) visão

(D) alemão

(E) artesão



29.) “A maioria tem barcos pequenos e precisa ir para longe, já que, por aqui, praticamente não há mais áreas boas para pegar peixes.”

No fragmento destacado, “já que” indica:

(A) concessão

(B) causa

(C) condição

(D) consequência

(E) finalidade



30.) Em “ No local, jovens herdam o ofício de seus pais...”, o termo em destaque refere-se a:

(A) Baía de Guanabara

(B) Colônia de Pescadores Z-10

(C) Bairro da Ribeira

(D) cidadezinha do interior

(E) polo industrial e tecnológico


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